segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Anton Pavlovitch Tchekhov

Anton Pavlovitch Tchekhov...


A. P. Tchekhov nasceu em 17 de janeiro de 1860 em Taganrog, filho de uma família muito pobre e desde cedo teve uma saúde frágil, mas estas condições não foram obstáculos para que ele estudasse e ingressasse na Faculdade de Medicina, tinha um talento inato para escrever e começou antes de completar vinte anos, obteve sucesso, praticamente, desde sua estréia em páginas de revistas satíricas e literárias e jornais de sua época, apesar de no início não ser muito valorizado pelo estilo cômico e farsesco que conferia a suas obras, com o tempo Tchekhov amadureceu e cada vez mais o lirismo e a poesia com que retratava a melancolia e a dramaticidade das situações ganharam força em sua obra e ele escreveu contos como “O beijo”, “Vierotchka” e a “A dama do cachorrinho”, a partir de 1886 passa a dedicar-se a dramaturgia e escreve cronologicamente: “Ivanov”, “A Gaivota”, “Tio Vânia”, “As Três Irmãs” e “O Jardim das Cerejeiras” que revolucionaram a dramaturgia corrente e ajudaram a estabelecer novos horizontes para a dramaturgia contemporânea, foi nesta época em que Tchekhov estabeleceu uma intensa parceria com o Teatro de Arte de Moscou e conheceu Olga Knipper, com quem se casou. Morreu aos 44 anos vítima da tuberculose que já portava desde a juventude.
Tchekhov foi alguém que talvez tenha entendido um pouco mais sobre a vida; ou alguém que perplexo diante da observação acurada da mesma, tenha feito tantas perguntas e exposto tantas questões, com verdade e simplicidade, que ao expor as maiores cruezas revelou a maior beleza, apreendida na vivência do decorrer dos dias, dos anos, da vida, e a perseverança diante do enfado, do tédio, do desespero, mas também da esperança e da responsabilidade que esta experiência nos provoca. Quando olhados através do prisma da verdade, os seres humanos, tão mesquinhos e pequenos, são enaltecidos pela resistência com que carregam o fardo de suas próprias existências, desprovidas de qualquer sentido lógico e palpável.
No ano em que se comemora os 150 anos do nascimento do autor que expôs estas questões com tanta poesia e sensibilidade, temos o privilégio de debruçar o nosso olhar para a obra do escritor, dramaturgo, médico e humanista que ele foi. Um homem que diante de suas dificuldades e da fugacidade de sua própria vida, ressignificou-a em prol dos outros, de quem mais precisasse dela; já doente viajou pela Rússia em seu inverno mais rigoroso para cuidar dos enfermos, e ao escrever quatro peças que mudariam o curso da dramaturgia e os contos que o consagrariam como um mestre da narrativa curta tornou-se o ‘médico das almas’, que viria ainda despertar tantas delas por muitas gerações.

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