quarta-feira, 24 de novembro de 2010

As Três Irmãs" encerra sua temporada com destaque da crítica e apresentação no exterior

A Cia. dos Desejos encerrou no dia 18 de novembro a primeira temporada do espetáculo teatral "As Três Irmãs", de Anton Tchekhov, com direção de Pedro Garrafa. A peça foi indicada na sessão "Veja Recomenda", da Revista Veja São Paulo, e representou o Brasil na VI Muestra Internacional de Teatro del MERCOSUR, na cidade de Paysandu, Uruguai. Confira abaixo as principais notas de imprensa sobre o espetáculo.

"As Três Irmãs" teve sua pre-estreia em junho de 2010 na Caixa Cultural São Paulo dentro do ciclo “Tchekhov: 150 Anos”, concebido e coordenado pela Cia. dos Desejos. Entre 01 de setembro e 18 de novembro o espetáculo cumpriu temporada de 24 apresentações no Viga Espaço Cênico, na cidade de São Paulo, com apoio do Programa de Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (ProAC ICMS). O espetáculo foi visto por cerca de 1000 pessoas.

Em "As Três Irmãs", como em toda a obra de Anton Tchekhov, a estrutura dramática apresenta um delicado equilíbrio entre os conflitos internos dos personagens e os acontecimentos externos que não se manifestam em cena. Recheado de diálogos cotidianos, embates filosóficos e reflexões acerca da condição humana, o texto constrói um retrato preciso dos seres humanos em seus mais diferentes aspectos e questionamentos, como a relação com o trabalho, a ética e a finitude da vida, sendo por isso considerado atual e inesgotável até hoje.

A montagem proposta por Pedro Garrafa concentra-se no trabalho dos intérpretes. "As Três Irmãs" conta com uma encenação simples, sem cenários e com poucos objetos de cena. Durante o espetáculo, os 13 atores estão todo o tempo no palco, seja atuando ou assistindo à ação. “A encenação assume uma postura de jogo de cena, em contraponto à naturalidade do texto, e ressalta por meio desse efeito de distanciamento, o seu caráter filosófico”, destaca o diretor.

Espetáculo "As Três Irmãs" é indicado pela Veja São Paulo

Crítica do espetáculo "As Três Irmãs" na Veja São Paulo

Espetáculo "As Três Irmãs" representa o Brasil na VI Muestra Internacional de Teatro del MERCOSUR

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Cia. dos Desejos encena As Três Irmãs, de Tchekhov, em São Paulo


Patrícia Castilho, Lilia Nemes e Eloisa Vilela Fusco. Foto Ricardo Mattos
Espetáculo celebra os 150 anos de nascimento do escritor, um dos precursores da dramaturgia contemporânea; estreia 1º de setembro no Viga Espaço Cênico.

Para marcar os 150 anos do nascimento do escritor russo Anton Tchekhov
(1860-1904), a Cia. dos Desejos, de São Paulo, apresenta um dos textos emblemáticos do autor, As Três Irmãs. O espetáculo, com estreia marcada para 1º de setembro, no Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323, São Paulo, Metrô Sumaré), cumpre temporada até 18 de novembro, sempre às quartas e quintas, às 21h. A direção é de Pedro Garrafa.

Idealizado e produzido pela Cia dos Desejos, formada por Eloisa Vilela Fusco e Lilia Nemes, o espetáculo deu origem ao projeto "Tchekhov 150 anos", evento que homenageia e divulga a obra do autor russo, realizado na Caixa Cultural São Paulo em junho de 2010.

Serviço
Quartas e quintas, de 1/9 a 18/11/2010 às 21h
Local: Viga Espaço Cênico (Rua Capote Valente, 1323, São Paulo) Metrô Sumaré
Preços: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Censura: 16 anos
Duração: 127 minutos
Informações: (11) 3801 1843
INGRESSOS GRATUITOS para ONGs, escolas públicas, jovens, adultos e idosos de baixa renda. Entrar em contato com Lilia Nemes através do e-mail lilia@giramundoconsultoria.com.br

Assessoria de Imprensa
Maria Claudia Miguel (Cacau)
Telefones: (19) 3385-9934// (19) 9743-2142
Skype cacaumiguel1
E-mail cacaumiguel@yahoo.com.br

Eloisa Vilela Fusco. Foto Denise Maher

Patrícia Castilho, Lilia Nemes, Henrique Zanoni e Eloisa Vilela Fusco. Foto Ricardo Mattos

Sinopse

Quatro irmãos adultos, Olga, Macha, Irina e Andrei, vivem em uma provinciana cidade russa. Levados para lá pelo pai, falecido há um ano, os irmãos veem suas vidas se desenrolarem em descompasso com seus sonhos, ao mesmo tempo em que alimentam um sempre adiado desejo de voltar a Moscou – cidade natal, cenário de uma infância feliz e palco de uma vida supostamente mais desenvolvida e refinada em todos os sentidos.

Ficha técnica

Texto: Anton Tchekhov
Tradução: Gabor Aranyi
Direção: Pedro Garrafa

Elenco:
Eloisa Vilela Fusco, Lilia Nemes, Patrícia Castilho, Adriana Guerra, Cesar Baccan, Gerson Almoster, Kuarahy Fellipe, Lecio Rabello, Luiz Luccas, Sergio Lessa, Suia Legaspe e Ulisses Sakurai
Preparação de atores: Cintia Di Giorgi
Assistente de direção: Diego Leiva
Figurino: Anne Cerutti
Cenário: Guilherme Albano Pantaleão
Trilha sonora: Diego Leiva
Iluminação: Pedro Garrafa
Fotografia: Denise Maher e Ricardo Mattos
Operação de luz: Igor Sane
Design gráfico projetos: Sergio Lessa
Assessoria de imprensa: Maria Cláudia Miguel
Assessoria contábil: APA Contabilidade
Produção executiva: Cia. dos Desejos, Felipe Tazzo e 3S Projetos
Assistente de produção: Gerson Almoster
Costureiras: Benê e Dona Dô

Idealização e produção: Eloisa Vilela Fusco e Lilia Nemes (Cia. dos Desejos)

Sergio Lessa, Gerson Almoster e Patrícia Castilho

As Três Irmãs

Ao escolher o desafio de encenar “As Três Irmãs”, temos o objetivo de realizar uma obra que diz respeito a todos pela sua característica humana, que fala das pessoas de um modo abrangente e nos convida a refletir sobre nós mesmos. A peça é permeada por questionamentos e acontecimentos que são comuns a todos, como: ter um grande sonho que está ao alcance das mãos, mas não pode ser realizado devido às circunstâncias, ter um grande amor e não poder vivê-lo, por não ser correspondido ou por ser proibido pela moral e pelas regras estabelecidas, querer mudar-se de cidade, mas sentir-se preso à família e à estabilidade, ter frustrações, viver com uma pessoa a quem não se ama, sentir-se inferior, ser um otimista convicto quando tudo lhe diz o contrário, envelhecer e sentir que a vida passa de qualquer maneira, sejamos felizes ou não, façamos algo de útil ou não, enfim a potencialidade da vida que não é vivida em sua plenitude, a fé no trabalho, a capacidade de adaptar-se e ainda assim sorrir, ainda assim acreditar na vida e alegrar-se ou apenas contentar-se, e enfim a eterna dúvida, a eterna ignorância, por quê vivemos e qual o significado de nossas vidas? Essas questões unem a todos em uma humanidade comum. Levar ao público uma peça como esta hoje é uma tentativa de colocar o espectador de frente com a vida ‘tal como ela é’, como dizia Tchekhov, colocá-lo de frente consigo e com seus semelhantes, e tentar fazê-lo perceber esta humanidade comum que pode, quem sabe... Despertar o amor, o respeito e a compaixão pelo próximo.

Sergio Lessa, Luiz Luccas, Henrique Zanoni, Suia Legaspe, Cesar Baccan, Adriana Guerra, Lilia Nemes e Lecio Rabello. Foto Ricardo Mattos

Anton Pavlovitch Tchekhov

Anton Pavlovitch Tchekhov...


A. P. Tchekhov nasceu em 17 de janeiro de 1860 em Taganrog, filho de uma família muito pobre e desde cedo teve uma saúde frágil, mas estas condições não foram obstáculos para que ele estudasse e ingressasse na Faculdade de Medicina, tinha um talento inato para escrever e começou antes de completar vinte anos, obteve sucesso, praticamente, desde sua estréia em páginas de revistas satíricas e literárias e jornais de sua época, apesar de no início não ser muito valorizado pelo estilo cômico e farsesco que conferia a suas obras, com o tempo Tchekhov amadureceu e cada vez mais o lirismo e a poesia com que retratava a melancolia e a dramaticidade das situações ganharam força em sua obra e ele escreveu contos como “O beijo”, “Vierotchka” e a “A dama do cachorrinho”, a partir de 1886 passa a dedicar-se a dramaturgia e escreve cronologicamente: “Ivanov”, “A Gaivota”, “Tio Vânia”, “As Três Irmãs” e “O Jardim das Cerejeiras” que revolucionaram a dramaturgia corrente e ajudaram a estabelecer novos horizontes para a dramaturgia contemporânea, foi nesta época em que Tchekhov estabeleceu uma intensa parceria com o Teatro de Arte de Moscou e conheceu Olga Knipper, com quem se casou. Morreu aos 44 anos vítima da tuberculose que já portava desde a juventude.
Tchekhov foi alguém que talvez tenha entendido um pouco mais sobre a vida; ou alguém que perplexo diante da observação acurada da mesma, tenha feito tantas perguntas e exposto tantas questões, com verdade e simplicidade, que ao expor as maiores cruezas revelou a maior beleza, apreendida na vivência do decorrer dos dias, dos anos, da vida, e a perseverança diante do enfado, do tédio, do desespero, mas também da esperança e da responsabilidade que esta experiência nos provoca. Quando olhados através do prisma da verdade, os seres humanos, tão mesquinhos e pequenos, são enaltecidos pela resistência com que carregam o fardo de suas próprias existências, desprovidas de qualquer sentido lógico e palpável.
No ano em que se comemora os 150 anos do nascimento do autor que expôs estas questões com tanta poesia e sensibilidade, temos o privilégio de debruçar o nosso olhar para a obra do escritor, dramaturgo, médico e humanista que ele foi. Um homem que diante de suas dificuldades e da fugacidade de sua própria vida, ressignificou-a em prol dos outros, de quem mais precisasse dela; já doente viajou pela Rússia em seu inverno mais rigoroso para cuidar dos enfermos, e ao escrever quatro peças que mudariam o curso da dramaturgia e os contos que o consagrariam como um mestre da narrativa curta tornou-se o ‘médico das almas’, que viria ainda despertar tantas delas por muitas gerações.