segunda-feira, 2 de agosto de 2010

As Três Irmãs

Ao escolher o desafio de encenar “As Três Irmãs”, temos o objetivo de realizar uma obra que diz respeito a todos pela sua característica humana, que fala das pessoas de um modo abrangente e nos convida a refletir sobre nós mesmos. A peça é permeada por questionamentos e acontecimentos que são comuns a todos, como: ter um grande sonho que está ao alcance das mãos, mas não pode ser realizado devido às circunstâncias, ter um grande amor e não poder vivê-lo, por não ser correspondido ou por ser proibido pela moral e pelas regras estabelecidas, querer mudar-se de cidade, mas sentir-se preso à família e à estabilidade, ter frustrações, viver com uma pessoa a quem não se ama, sentir-se inferior, ser um otimista convicto quando tudo lhe diz o contrário, envelhecer e sentir que a vida passa de qualquer maneira, sejamos felizes ou não, façamos algo de útil ou não, enfim a potencialidade da vida que não é vivida em sua plenitude, a fé no trabalho, a capacidade de adaptar-se e ainda assim sorrir, ainda assim acreditar na vida e alegrar-se ou apenas contentar-se, e enfim a eterna dúvida, a eterna ignorância, por quê vivemos e qual o significado de nossas vidas? Essas questões unem a todos em uma humanidade comum. Levar ao público uma peça como esta hoje é uma tentativa de colocar o espectador de frente com a vida ‘tal como ela é’, como dizia Tchekhov, colocá-lo de frente consigo e com seus semelhantes, e tentar fazê-lo perceber esta humanidade comum que pode, quem sabe... Despertar o amor, o respeito e a compaixão pelo próximo.

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